Quando a gente desenha algo, é como se estivéssemos olhando este algo pela primeira vez.
Quando olhamos uma janela, vemos aquela forma retangular que revela a paisagem na parede opaca, mas quando vamos desenhar uma janela, ela começa revelar seus mínimos detalhes: a dobradiça, o parafuso que fixa a dobradiça, a parte que separa as fendas da veneziana, o encaixe do vidro na madeira… e o tempo que você fica encarando a janela para captar o que te impressionou naquelas formas te coloca num estado de concentração que é raro de se atingir, principalmente se é uma grande cidade que te ronda.
Este livro quem me apresentou foi a Carla Caffé, diretora de arte e professora de desenho no melhor curso de desenho de observação que já fiz, nas oficinas de criatividade do Sesc Pompéia.
Mãe e filha desenham uma a outra. Uma vez por semana, por duas horas. Dez anos consecutivos. A filha Nikita tinha sete anos quando começaram.
O mítico laço mãe-filha narrado num conto silencioso. Não se pode mexer, por uma hora a mãe posa, a filha desenha, e vice-versa . A disciplina de estar presente. Um projeto sobre o tempo.
CHORNOGRAPHIE – Dominique Goblet e Nikita Fossol. Editora L´Association
A introdução do seu post me lembrou o livro a viagem ao redor de meu quarto. Me rendeu ótimas reflexões
Quase todo mês abro seu blog para ver se tem post novo. Sou apaixonada por ele desde que grávida encontrei um post sobre mobiles, acho. Li tudo que você tinha publicado em uma madrugada e te fui eternadamente grata. Muitas vezes quis te escrever para agradecer pelas coisas que tinha lido, como aquilo me aliviava da pressao que eu mesma me colocava em ser uma mae perfeita, pelas suas palavras terem sido tao minhas amigas em muitas outras madrugadas tambem.
Obrigada e escreva mais 🙂
p.s.: nesse momento meu bebe dorme embaixo de um mobile branco e preto quase igual ao que voce fez.